terça-feira, 1 de abril de 2014

A Vida em Dezoito Metros Quadrados

    Um homem de 36 anos, que trabalha praticamente 24 horas por dia, com uma rotina baseada em ter idéias para tornar a vida do próximo mais otimizada. Traduzindo: que se possa trabalhar mais e acreditar que se trabalha menos.
    Este homem possui uma empresa, que constrói apartamentos em tamanho reduzido. Trezentos mil reais por um apartamento de 18m². Com empreendimentos assim, elimina-se o hábito de arrumar a casa, regar-se as plantas (que já não estão mais presentes), lavar sua roupa, e até mesmo fazer sua comida. Tudo está ao seu alcance, basta sair de casa na parte da manhã, e quando retornar, à noite, tudo estará feito.
    Uma vida pode ser vivida em 18m²? Devemos ter como base apartamentos em Tókio, onde algumas pessoas são extremamente infelizes por trabalharem demais e morarem em espaços chamados de “cápsulas”?
    “Uma pessoa não come e dorme ao mesmo tempo, então por que não uma cama retrátil que dê lugar a uma mesa de jantar?”.
    A intenção deste homem é construir apartamentos cada vez menores (e cada vez mais caros), chegando a incríveis 8m². O que mais assusta é que não é só um desejo dele, e sim uma tendência do mercado imobiliário.
    Depois de ouvir este homem discursando empolgadíssimo, sobre o quanto ainda podemos diminuir estes apartamentos, fiquei feliz em ainda não saber seu nome, percebendo assim que a maioria das pessoas não concorda com este tipo de moradia. Mas me fez ficar preocupado, quando, em meio a seu discurso, citou que já foram vendidas quatro mil unidades.

    Morar em 8m² pode ser sofisticado, prático, ou moderno, mas viver dentro de um espaço que equivale a uma mesa sinuca, não faz de nós o ser vivo mais inteligente aqui da Terra.