terça-feira, 26 de março de 2013

Sobre A Vida Que Ensina


Saí escondido, correndo perigo,
Logo voltei, não como eu pensei.
Fugi para longe, de trem e de bonde,
Pra casa voltei, mas imaginei:
Uma vida mais plena, sem ser tão pequena,
Uma casa bonita, enfeitada com fita,
Um carro potente, e cheio de gente,
Uma festa animada, toda iluminada.
Mais felicidade! Já tenho idade?
Do que consegui, algo eu percebi:
O que eu precisava, eu já possuía!
A felicidade, e minha alegria,
E que cultivei, no meu dia a dia.
Se nada ganhei, triste não fiquei,
Eu só percebi, que mais aprendi,
A vida mais bela, que tanto busquei
Eu já encontrei, ela está aqui.


O Amor pela vida, em forma de música e vídeo:


Cena do filme Medianeras.


sexta-feira, 15 de março de 2013

50 Tons de Coxinha




Em um pequeno café de São Paulo eu a conheci. Mesmo o fato de que eu não tomo café não atrapalhou nosso encontro, sei que soa estranho, mas eu comia uma coxinha. Sim, uma coxinha mudou o rumo da minha vida.
Quando decidi entrar ali, para comprar a coxinha, não sabia que minha vida ia mudar. Posso descrever a roupa que ela estava: Uma saia preta um pouco larga, uma blusinha branca, uma sapatilha azul e um lindo laço vermelho na cabeça. Pode parecer estranho de início o fato do laço, mas acho que era pra me mostrar que aquilo seria meu presente. Não que ela pertença a mim, mas um presente da vida. Algo que tiraria a monotonia da minha vida e colocaria um pouco de energia.
Continuo não acreditando em um amor pra vida toda, mas enquanto esse nosso amor durar, eu quero aproveitá-lo da forma mais intensa possível. Lembro-me de ver histórias fantásticas, de provas e juras de amor, mas nada se compara quando você as vive.
Nossa história não tem nada igual a esses maravilhosos contos de fadas modernos. Eu estou desempregado e ela ganha uma quantia que não manteria nem mesmo um de nós dois.
O fato de imaginarmos um amor perfeito, com uma casa para os dois morarem, faz com que esqueçamos que a vida não é como imaginávamos quando crianças. Em meus doze  anos, eu imaginava que com dezoito teria um carro, um bom emprego e dinheiro para comprar as coisas que eu queria. Claro que eram as coisas que eu queria com doze anos, e achava que nunca ia mudar de opinião. Consegui meu primeiro emprego com dezenove, nele eu ganhava 380 reais, o que me fazia querer morrer, mas continuei. Com 24 consegui o meu carro.
Com muito esforço, viajamos para a Argentina, finalmente começamos a viver! Mesmo que você diga: “Pra Argentina todo mundo vai!”, tudo bem, mas eu queria ir! Lá eu vivi momentos que nunca vou esquecer. Falávamos rápido com as pessoas, pra ninguém nos entender, enquanto ríamos. Ríamos da vida, de como conseguimos despistá-la, e fugir do que era inevitável, que era viver nessa sociedade que nos cerca.
Não podemos viver em uma constante fuga da realidade? Dizem que não, mas eu e ela acreditamos que sim.
Um dia, ainda vão olhar para nossa história (não só de amor, mas de vida) e usarem como guia, como uma inspiração para viver. Viver não é fácil, sonhar menos ainda. Que delícia de coxinha.