terça-feira, 24 de setembro de 2013

Eu Sou Da Família?

Sinto-me um pouco parte da família que mora aqui em cima. Ouço o marido urinar na madrugada, a mulher cozinhar ao entardecer, e a filha acordar ao amanhecer. Embora eu não tenha quase ninguém, seja um solitário senhor de 20 e poucos anos, sinto que com eles posso contar.
Outra dia fiquei apreensivo com uma briga de casal. Gritarias a parte, nos saímos bem dessa. O amor venceu.
Acorda menina! Você vai perder a hora da escola!
De todos os barulhos, o que mais gosto é o do molho de chaves. Eles saem e eu fico. Finalmente! Agora vou viver a vida que menos me importa, e a que menos tem graça de acompanhar. Odeio esse barulho da realidade...

Cena do filme "Good Dick"

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Piano, Walden e Simplicidade

Impossível não lembrar
Dos movimentos suaves
De ouvir-te respirar
Ao ler todas as claves

De como a chuva caía
Ao redor da cabana
E ao mesmo tempo me ouvia
Proferir-te palavras profanas

Em nosso recanto, por mais que se esforce
Não verás maldade em motivos torpes
Encontrará simplicidade e alegria
Música, compasso e maestria.


Cabana em Washington, Estados Unidos.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Sonho do Vulcão Villarica

Eu presto serviço para a HP, na parte de cartuchos de impressoras  em super mercados. Cheguei em um Carrefour hoje, e um senhor de uns 60 anos me parou, e perguntou se eu trabalhava lá. Disse que não, mas que se eu soubesse, poderia ajudá-lo. Ele queria um carregador de filmadora para carros.
Disse que na loja não tinha, e indiquei um lugar em São Paulo que ele poderia encontrar. Foi quando ele me disse que precisava disso pois ia de carro para o Chile.
Conversamos por uma hora. Contei de quando fui, onde fiquei, e o que vi. Falei que subi o vulcão Villarica, e ele disse que queria ir lá também, que era um sonho, e que não ligava de gastar uma boa parte do dinheiro para fazer um passeio de helicóptero lá. Mas disse  que só chegaria perto, pois tinha um marca passo e uma ponte de safena, e se cansava fácil. Me contou que já foi para o Uruguai e Argentina de carro, e falou das burocracias para se entrar nesses países.

Me vi no sonho dele. Em como eu sonhava com o vulcão, e realizei. Fiquei feliz em saber que ele fará a viagem em um antigo Chevy, que está com ele a 12 anos. Desejei boa viagem, mesmo sendo só em novembro. Provavelmente, nunca mais o verei, mas sei que ali moram muitos sonhos que vão se realizar.


terça-feira, 2 de julho de 2013

Quantas naves espaciais você já viu na vida?


Quantas naves espaciais você já viu na vida?
Quantos fatos únicos e importantes você já viveu e presenciou, mas não os deu seu devido valor por achá-los corriqueiros?
Algumas coisas em minha vida, vão ser guardadas para sempre na memória, e são as mesmas coisas que outras pessoas já esqueceram.
No fundo, acho que você não escolhe quais serão as coisas das quais você vai se lembrar para o resto da vida, mas sua mente que cuida dessa complicada tarefa. Existem coisas que não teriam graça se conseguíssemos controlá-las.
Vamos cérebro, deixe-me dormir.

Indicação de Filme - Medianeras



Pra quem gosta de cinema, taí uma dica de filme que gosto muito! Uma junção de Buenos Aires, poesia e tempos modernos!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Quando Tudo Na Pessoa Nos Incomoda


No começo de uma relação, seja ela amorosa ou não, é evidente que as atitudes, gostos e o jeito da pessoa nos agradam. Na maioria das vezes, é por isso que nos aproximamos delas.
Depois de uma ou mais decepções, aquela piada inocente que te fazia rir, agora traz com ela um desgosto que deveria ter um nome próprio. Todos sentem, mas cada um chama de um nome diferente.
            A banda favorita da pessoa, o filme preferido, o jeito de falar, a risada, tudo te irrita. É nessa fase que as músicas que vocês dois gostavam são marcadas para sempre, e quando você as ouvir, vai sentir tudo de novo. Nunca mais vai ouvir aquela música da mesma maneira.
            Esse sentimento de raiva, decepção e frustração some assim que o pensamento de “como fui gostar dessa pessoa?” aparece. A verdade é que esses supostos defeitos sempre estiveram lá, você apenas os enxergava como qualidades.
            Nenhuma frase clichê sobre decepção passa o que realmente sentimos, por mais que você se identifique. Cada decepção é única, assim como os amores que vivemos, as experiências que tivemos, e assim como cada um dos dias que vivemos ao longo da vida.
            Antes de pensar nas pessoas que te decepcionaram, pense em quais você decepcionou, você fica mais frustrado ainda.


Cena do filme "Mais Estranho que a Ficção".

sábado, 20 de abril de 2013

Da Idéia De Depender Dos Outros

Quando eu não tinha emprego, achava que quando conseguisse, faria tudo que eu queria. Aí eu consegui um emprego e não tinha carro, então comprei o carro e não tinha dinheiro sobrando. Depois eu tinha carro e dinheiro, mas não tinha tempo. Aí tinha tempo, dinheiro e carro, mas ninguém queria fazer nada. Depois não tinha emprego, nem dinheiro e o carro estava quebrado, mas em compensação tinha tempo de sobra. Aí eu descobri que tudo era desculpa, minha e dos outros. Agora faço tudo que quero, sem depender de nada e nem dos outros.


terça-feira, 26 de março de 2013

Sobre A Vida Que Ensina


Saí escondido, correndo perigo,
Logo voltei, não como eu pensei.
Fugi para longe, de trem e de bonde,
Pra casa voltei, mas imaginei:
Uma vida mais plena, sem ser tão pequena,
Uma casa bonita, enfeitada com fita,
Um carro potente, e cheio de gente,
Uma festa animada, toda iluminada.
Mais felicidade! Já tenho idade?
Do que consegui, algo eu percebi:
O que eu precisava, eu já possuía!
A felicidade, e minha alegria,
E que cultivei, no meu dia a dia.
Se nada ganhei, triste não fiquei,
Eu só percebi, que mais aprendi,
A vida mais bela, que tanto busquei
Eu já encontrei, ela está aqui.


O Amor pela vida, em forma de música e vídeo:


Cena do filme Medianeras.


sexta-feira, 15 de março de 2013

50 Tons de Coxinha




Em um pequeno café de São Paulo eu a conheci. Mesmo o fato de que eu não tomo café não atrapalhou nosso encontro, sei que soa estranho, mas eu comia uma coxinha. Sim, uma coxinha mudou o rumo da minha vida.
Quando decidi entrar ali, para comprar a coxinha, não sabia que minha vida ia mudar. Posso descrever a roupa que ela estava: Uma saia preta um pouco larga, uma blusinha branca, uma sapatilha azul e um lindo laço vermelho na cabeça. Pode parecer estranho de início o fato do laço, mas acho que era pra me mostrar que aquilo seria meu presente. Não que ela pertença a mim, mas um presente da vida. Algo que tiraria a monotonia da minha vida e colocaria um pouco de energia.
Continuo não acreditando em um amor pra vida toda, mas enquanto esse nosso amor durar, eu quero aproveitá-lo da forma mais intensa possível. Lembro-me de ver histórias fantásticas, de provas e juras de amor, mas nada se compara quando você as vive.
Nossa história não tem nada igual a esses maravilhosos contos de fadas modernos. Eu estou desempregado e ela ganha uma quantia que não manteria nem mesmo um de nós dois.
O fato de imaginarmos um amor perfeito, com uma casa para os dois morarem, faz com que esqueçamos que a vida não é como imaginávamos quando crianças. Em meus doze  anos, eu imaginava que com dezoito teria um carro, um bom emprego e dinheiro para comprar as coisas que eu queria. Claro que eram as coisas que eu queria com doze anos, e achava que nunca ia mudar de opinião. Consegui meu primeiro emprego com dezenove, nele eu ganhava 380 reais, o que me fazia querer morrer, mas continuei. Com 24 consegui o meu carro.
Com muito esforço, viajamos para a Argentina, finalmente começamos a viver! Mesmo que você diga: “Pra Argentina todo mundo vai!”, tudo bem, mas eu queria ir! Lá eu vivi momentos que nunca vou esquecer. Falávamos rápido com as pessoas, pra ninguém nos entender, enquanto ríamos. Ríamos da vida, de como conseguimos despistá-la, e fugir do que era inevitável, que era viver nessa sociedade que nos cerca.
Não podemos viver em uma constante fuga da realidade? Dizem que não, mas eu e ela acreditamos que sim.
Um dia, ainda vão olhar para nossa história (não só de amor, mas de vida) e usarem como guia, como uma inspiração para viver. Viver não é fácil, sonhar menos ainda. Que delícia de coxinha.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Os Números do Universo


Em um céu escuro, de uma cidade do interior, vemos tantas estrelas que não sabemos para onde olhar! Fica até difícil identificar algumas coisas. O problema é que só podemos ver em torno de 5 mil estrelas no céu, a olho nu. Mas e o resto? Aliás, como é esse resto? De quantas estrelas estamos falando?
No Universo, as estrelas, em quase sua total maioria, ficam dentro de galáxias. Já foram documentadas estrelas que foram jogadas para fora das galáxias, mas são casos menos comuns. E quantas galáxias existem?
Primeiro é preciso entender que o que sabemos do Universo, está na regra do “Universo Observável”, que são os corpos celestes que sua luz chegam até nós. Dentro desse limite, temos em torno de 100 bilhões de galáxias. Levando em conta que existem galáxias pequenas, e galáxias grandes, faremos uma média, e colocaremos 100 bilhões de estrelas por galáxia, mesmo sabendo que nossa Via-Láctea possui cerca de 200 bilhões.
Na Via-Láctea, a estimativa é que existam em torno de 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra. Ao menos uma estrela da Via-Láctea, em cada seis, possui um planeta deste tamanho. Claro que nem todos estão na chamada “zona habitável”, que é estar em uma distância média da estrela, fazendo com que a temperatura seja suportável, e a água possa estar em estado líquido. Tudo isso, claro, prevendo que a vida seja parecida com a que existe na Terra. Podem existir tipos de vidas que sobrevivam no frio ou calor extremo, ou que se alimentem de outro modo, nada é impossível.
         Em uma galáxia, a nossa, podem existir 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra, sem contar os que são muito maiores, e podem ter satélites naturais que possam suportar vida. No Universo, existem em torno de 100 bilhões de galáxias. E os planetas nas outras galáxias? Multiplicar isso? Não adianta. O número é tão grande, que nossa mente não consegue entender o que isso realmente significa.

Por curiosidade, o número de estrelas do Universo:  10.000.000.000.000.000.000.000.

Galáxia do Sombreiro

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Enterrem Meu Coração Na Curva Do Rio


A morte de um rio não dizimou Índios, mas pode ter acabado com alguns tipos de vidas primitivas, já que foram divulgadas fotos de um enorme leito de um possível rio que deixou de existir, e que media 1.500 Km, e possuía vários afluentes.
         Esse antigo rio não foi extinto pelas construções do homem, nem por seu “espírito empreendedor”, mas sim pelo tempo. Esse rio corria em Marte, nosso planeta vizinho. Ele existia, possivelmente, entre 3,5 bilhões e 1,8 bilhão de anos atrás.
         As provas de que a água líquida já correu em Marte são irrefutáveis, mas para grande parte da população, é necessária uma prova real, documentada e atual disso. Curioso é perceber que para algumas crenças e para um certo misticismo que existe no mundo, isso não vale, basta acreditar e ela se torna real.
         Existiam alguns tipos de seres nesse rio? Seria possível, no passado, Marte ter abrigado algum tipo de vida primitiva?
         Existe a possibilidade de encontrarem água no subsolo, mas é pouco provável que Marte tenha abrigado organismos vivos. Pode ser que a água estava presente, mas a vida não conseguiu se desenvolver. Pode ser que a matéria prima da vida tenha vindo de Marte para a Terra, em algum meteorito, que foi arremessado de lá pra cá, como já aconteceu no passado, e então tivemos a “explosão da vida”.
Seria muito mais interessante se a vida tivesse se desenvolvido nos dois planetas. A diversidade de seres seria tão grande, que talvez nunca conheceríamos todos. Conhecemos tão pouco de nossos oceanos, ainda são encontradas espécies novas de seres que vivem em florestas, e tudo é tão fascinante, que algumas novas espécies de outros planetas, não iriam deixar os cientistas nada irritados em ter que trabalhar um pouco mais.

Visto de cima, o rio.



Visão em perspectiva

domingo, 20 de janeiro de 2013

Medley


Nada consigo fazer quando a saudade aperta, foge-me a inspiração, sinto a alma deserta. Foi preciso ir além das palavras pra ver o que sempre senti, mas não me diga isso, hoje a tristeza não é passageira! Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.
Mas os momentos felizes não estão escondidos, nem no passado e nem no futuro. Ainda sou o mesmo cara que fala de amor,  sem ter vergonha nem medo, mostrando quem sou. Mas se um dia eu chegar muito estranho, deixa essa água no corpo lembrar nosso banho. Eu estava aqui o tempo todo e só você não viu.
E digo que foi fácil agora que tudo terminou, vou dizer que nem percebi! Nem liga guria, se nos meus olhos não há mais o brilho de quem viva com o coração em paz. Faz muito pouco tempo, aprendi a aceitar, quem é dono da verdade não é dono de ninguém.
Como vai você vivendo por aí? Por aqui vou eu no mesmo lugar. Eu nunca fui de lembrar, nem tenho quadros em casa. “Eu gosto de você” as vezes pode ser a pior coisa pra se ouvir. Não te dizer o que eu penso, já é pensar em dizer. Se eu pudesse escolher outra forma de ser, eu seria você.
E quando chegar a noite, cada estrela parecerá uma lágrima, só tenho que me lembrar: vai passar todo sofrer, e tudo de mal que acontece na minha vida e me incentiva a melhor ser. O tempo passa, a vida encontra o seu lugar. Há sempre uma saída, um jeito de mudar.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Raul Não Morreu



Essa noite sonhei que Raul Seixas estava vivo. Ele estava preso, e depois de tanto tempo longe do mundo e da mídia, foi solto. Me lembro dele saindo de um carro, cantando “Meu Amigo Pedro”, com cabelo curto e cavanhaque, agindo da mesma forma que sempre foi, achando que o mundo ainda era dele, que as pessoas ainda tinham interesse em serem diferentes e fugirem do sistema, mas estava enganado.
         Estranho ver como as pessoas se conformam em serem todas iguais, fazer parte de um esteriótipo, e todos que forem diferente disso, são loucos. Ainda bem que temos loucos!
         Óculos escuro, cabelo mal cortado, barba por fazer, tatuagens e roupas pretas rasgadas, é assim que você verá um certo morador do meu bairro. Alguns olham espantados, enquanto ele toca violão em um domingo a tarde na rua, ou quando sai pra passear sábado de manhã, em seu Jeep vermelho impecável, mas ele vive um sonho, o sonho dele, não um sonho que alguém criou e disse “viva este sonho, ele é seu!”.
         O sonho acabou aí, Raul cantando e tentando voltar ao mundo real, que é bem diferente do que ele viveu. Ele demoraria pra se acostumar, provavelmente nunca se acostumaria, viveria bêbado nos bares, viajando por aí vendendo poesia, ou se mataria, em um gesto de protesto, pra dizer que o mundo de hoje em dia não é tão legal quanto o de antigamente.
         Passei o dia pensando nisso. Talvez meu cérebro buscou a cena no destino de Dean Moriarty em “On The Road”, que no filme me deixou pensativo, mais do que no livro. Talvez viver seu próprio sonho seja para poucos mesmo.





terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sonhos

É difícil compreender que alguns de nossos sonhos são só para ser sonhados. Vivê-los seria uma afronta ao acaso.