terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Raul Não Morreu



Essa noite sonhei que Raul Seixas estava vivo. Ele estava preso, e depois de tanto tempo longe do mundo e da mídia, foi solto. Me lembro dele saindo de um carro, cantando “Meu Amigo Pedro”, com cabelo curto e cavanhaque, agindo da mesma forma que sempre foi, achando que o mundo ainda era dele, que as pessoas ainda tinham interesse em serem diferentes e fugirem do sistema, mas estava enganado.
         Estranho ver como as pessoas se conformam em serem todas iguais, fazer parte de um esteriótipo, e todos que forem diferente disso, são loucos. Ainda bem que temos loucos!
         Óculos escuro, cabelo mal cortado, barba por fazer, tatuagens e roupas pretas rasgadas, é assim que você verá um certo morador do meu bairro. Alguns olham espantados, enquanto ele toca violão em um domingo a tarde na rua, ou quando sai pra passear sábado de manhã, em seu Jeep vermelho impecável, mas ele vive um sonho, o sonho dele, não um sonho que alguém criou e disse “viva este sonho, ele é seu!”.
         O sonho acabou aí, Raul cantando e tentando voltar ao mundo real, que é bem diferente do que ele viveu. Ele demoraria pra se acostumar, provavelmente nunca se acostumaria, viveria bêbado nos bares, viajando por aí vendendo poesia, ou se mataria, em um gesto de protesto, pra dizer que o mundo de hoje em dia não é tão legal quanto o de antigamente.
         Passei o dia pensando nisso. Talvez meu cérebro buscou a cena no destino de Dean Moriarty em “On The Road”, que no filme me deixou pensativo, mais do que no livro. Talvez viver seu próprio sonho seja para poucos mesmo.





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